terça-feira, 30 de novembro de 2010

A caricatura do provérbio

Tive o prazer de capturar essa cena eu mesma:




Cada homem tem sua criptonita. Um ponto fraco, um vacilo.
Para uns são os vícios, para outros é o trabalho, para outros é a fraqueza de espírito. 
Para se reforçar, há que se focar no oposto disso. 
No que o homem se alicerça... para se certificar de não se deixar abater. 
É apenas uma mudança na forma de encarar os desafios. 
Quase sempre se esquece que a forma que se encara o mundo é a forma que se encara a si próprio. (vide explicação de projeção, by tio Freud) 
A alguns o mundo é vazio de significado, um peso a se carregar. A outros ainda, é um dragão a ser enfrentado. A outros, um parque de diversões ou até mesmo uma mãe a ser testada. 
Tudo isso também pode ser mudado tanto quanto for necessário. No entanto falta-nos a consciência de que não há ensaios, tudo é logo de cara uma ação, uma atuação sem direito à segunda chance. 
"Como se fosse possível matar o tempo sem ferir a eternidade." 
Há os que se acomodam pois "não vale a pena fazer tal ou qual coisa, durará muito pouco tempo, vai mudar pouca coisa". Sou da opinião extremamente oposta. 
Prefiro ter feito algo bom, visto um lugar belo, ter conhecido alguém interessante, por alguns instantes que fosse, do que passar a vida toda sem isso. 
Prefiro me arrepender do que fiz à me arrepender daquilo que deixei de fazer (sempre seguindo meus princípios e sendo justa, claro). Coincidentemente ou não, não me lembro de ter me arrependido fatalmente de algo que tenha feito.
"Como se fosse possível matar o tempo sem ferir a eternidade." 
Não é. Não há uma segunda chance de se fazer o melhor que pode ser feito em cada situação. 
A vida não dá suporte à ensaios. Se é para defender, que seja com um propósito sincero. Se é para descansar, que seja com tranquilidade. Se é para acarinhar, que seja com prazer. Se é pra aprender, que seja com atenção. 
Sou à favor do equilíbrio que há no constante balanço do desequilíbrio, na alternância de acontecimentos. Como seria possível, por exemplo, entender a paz sem ter ao menos vislumbrado a "guerra"? 
Gostaria de terminar com um trecho de Saramago. Não sei do contexto de tal trecho pois o vi sendo citado por outra pessoa, mas acho que cabe aqui. 
"A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o viajante se sentou na areia da praia e disse: “Não há mais que ver”, sabia que não era assim. O fim da viagem é apenas o começo doutra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se viu no Verão, ver de dia o que se viu de noite, com sol onde primeiramente a chuva caía."
O mesmo contexto, em momentos diferentes, oferece inúmeras possibilidades. 
"Como se fosse possível matar o tempo sem ferir a eternidade." 
Não é. Cada momento é único. 


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Agora a sobremesa pra ajudar a digerir o que eu acabei de dizer:





LOJA DE FERRAGENS

Uma vez ouvi uma orientadora de estágio dizendo:

"Quando se tem apenas um martelo na mão, tudo se parece com prego."

Nunca mais esqueci.

Já perceberam que quando se é religioso, tudo parece milagre?
Que quando se é ateu, tudo parece fanatismo?
Que quando se é mentiroso, todos as pessoas parecem falsas?
Que quando se é rabujento, tudo parece intolerável?!
Que todas essas denominações são apenas papéis que as pessoas assumem de acordo com o conforto que eles lhes proporcionam?

Se vc respondeu que não a mais de uma pergunta, tá na hora de fazer uma visita à loja de ferragens.

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Um amigo me contando sobre sua vida amorosa:
"Enfim, era perceptivel, até os amigos em comum haviam me comentado, que eu e ela ficavamos perdidos na presença um do outro"
Essa foi a coisa mais lindinha que já li!
Amigo, eu também não sei / nunca soube paquerar, te entendo! hauhauhaa

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Agora a Pérola do dia. A história não é nova, mas é engraçada. 
Contou-me o mesmo amigo:
...sobre um encontro (quase) amoroso que (quase) virou em merda:

"Fulano diz:
Indo embora, cada um foi ficando na sua casa, e por fim, acompanhei a Fulana pra casa dela... Acontece que, apesar de eu aparentar normal por fora, por dentro um alien ia nascer pelo meu cu."

Lembram do filme Predador x Alien?
É. Meio assustador.
Bleh!

Ou melhor, lembram daquela célebre frase do "O pequeno príncipe":
"Foi o tempo que passaste com tua rosa que a tornou tão especial"???
É, acho que o tempo com a "rosa" foi todo pensando no "repolho".
Tá. Parei.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

VÁ AO TEATRO

Depois de alguns posts lights e sarristas para desanuviar, agora voltando à seriedade.  

Pé no Palco atividades artísticas e
o grupo teatral Folha Branca
apresentam: 

MARAT / SADE



A peça Marat / Sade foi escrita em 1964, pelo conceituado diretor de cinema e dramaturgo alemão, Peter Weiss, um grande admirador de Bertold Brecht. O título original da peça é quilométrico: Perseguição e Assassinato de Jean-Paul Marat representado pelo Grupo Teatral do Hospício de Charenton sob a Direção do Marquês de Sade.

Foi apresentada pela primeira vez em Berlin, no Schiller Theater. Imediatamente reconhecida pelos críticos como uma das obras mais importantes do teatro moderno, o que rendeu a Peter Weiss fama e reconhecimento internacional, apesar de ter sido proibida em vários países.

A cena se passa dentro do Hospício de Charenton, em Paris, onde esteve internado o famoso e conturbado Marquês de Sade. Com a cumplicidade de Coulmier (diretor do manicômio) , Sade desenvolveu sádicas experiências com os loucos internos, fazendo-os encenarem suas peças.

O drama, como o próprio título da peça resume, trata dos conflitos individuais, políticos e religiosos que motivaram a Revolução Francesa, culminando com o assassinato em 1793, do grande e temível revolucionário jacobino, Jean Paul Marat, interpretado na peça por um paciente que sofre de paranóia. Quem interpreta Charllote Corday, a bela donzela girondina assassina de Marat é uma interna do hospício que sofre de depressão e sonolência crônica.  

Com livre adaptação do texto, sob a direção de Alexandre Bonin e assistência de Alexandre Zampier, a peça Marat/Sade ganha uma dramaticidade atemporal.  Os atores assumem a personalidade dos doidos internados no Hospício de Charenton, misturando as falas da peça com suas próprias loucuras e confundindo os motivos da revolução com seus próprios motivos e com as mentiras, falsidades políticas, morais e religiosas dos dias atuais.  


LOCAL DE APRESENTAÇÃO: Pé no Palco
Rua Conselheiro Dantas, 20 - Rebouças - perto do Teatro Paiol. 

DATAS/HORÁRIOS:

24/11 - quarta-feira - 21 horas
26/11 - sexta-feira - 21 horas
27/11 - sábado -  21 e 23 horas (2 apresentações)
28/11 - domingo - 19 e 21 horas (2 apresentações)
01/12 - quarta-feira - 20 horas
08/12 - quarta-feira - 20 horas


Elenco

Indhyana Damas - Esposa do diretor do Hospício
Ithamar Kirchner - Anunciador
Jivan Berlanda - Coulmier
José Augusto Cunha - Jaques Roux
Marilda Confortin - Simonne Evrard
Ricardo Alberti - Marat
Rodrigo Figueiredo - Marquês de Sade
Thalles Werner - Duperret
Vivi Túlio - Charlote Corday

Músicos, cantores
Aaron Ramathan
Andressa Bacarji
Evandro Silva
Flora Vieira Chagas
Keli Passolini
Mima Neumann
Patricia Markowski
Talyssa Mendes

Enfermeiros
Dona Teresa (Mary Teresa Gabardo)
Bruno Ramos